Em meados do ano de 1958, com 12 anos de idade, por “cunha”, entro para o quadro do pessoal efectivo da Robbialac Portuguesa, cujas instalações estavam situadas na Rua Nova do Carvalho, ao Cais de Sodré/São Paulo, em Lisboa.
A secção das vendas era no primeiro andar (hoje devoluto) do nº 11, assim como as restantes secções administrativas e de Direcção/Administração. Os armazéns, dois, estavam situados na mesma rua, um no nº 23 e o outro no nº 32.
Para além destes departamentos, no primeiro quarteirão da rua, também havia, antes e depois do arco, (que sustenta a Rua do Alecrim, mandado construir por Marquês de Pombal após terramoto de 1755), diversos bares de alterne (Texas, Filadélfia, entre outros), uma oficina de serralharia, que curiosamente tinha um cocheiro à porta (chamado Simões), que alugava carroças para transporte de mercadorias, um estabelecimento de vendas de acessórios para pesca (já fechado), para além de três ou quatro tascas.
A secção das vendas era no primeiro andar (hoje devoluto) do nº 11, assim como as restantes secções administrativas e de Direcção/Administração. Os armazéns, dois, estavam situados na mesma rua, um no nº 23 e o outro no nº 32.
Para além destes departamentos, no primeiro quarteirão da rua, também havia, antes e depois do arco, (que sustenta a Rua do Alecrim, mandado construir por Marquês de Pombal após terramoto de 1755), diversos bares de alterne (Texas, Filadélfia, entre outros), uma oficina de serralharia, que curiosamente tinha um cocheiro à porta (chamado Simões), que alugava carroças para transporte de mercadorias, um estabelecimento de vendas de acessórios para pesca (já fechado), para além de três ou quatro tascas.
Era na tasca (hoje restaurante) do nº 36 desta rua, que todos os dias almoçava, os “petiscos” feitos pela D. Georgina dos Santos, minha mãe. Aqui, para quem ocupasse as mesas, (não encomendando a comida ao tasqueiro), era obrigatório fazer despesa; no mínimo, meio litro de vinho. Os operários que me faziam companhia na mesa, estavam sempre “com o olho” no vinho que me sobrava, pois não bebia mais que um copito, vulgo de “2” (200 ml), o restante oferecia-lhes.
Para lá deste quarteirão também existiam outros estabelecimentos, sobretudo de vendas de confecção da empresa Rodrigues & Rodrigues. Creio que esta firma já não existe, mas o arco e os bares sim, na maior parte de diversão nocturna.
O meu trabalho era muito “duro”. Consistia em carregar latas de tinta, dos mais variados tamanhos e pesos, dos armazéns para o primeiro andar. Por vezes lá vinham umas gorjetas, quando as entregas dos produtos comprados eram feitas nos carros dos clientes, dando para pagar um ou outro maço de cigarros (para consumo semanal), com 10 unidades e de marca “Três Vintes”, e ainda para as “bicas” que tomava após os almoços, num dos bares de alterne, mas sempre acompanhado por colegas de trabalho mais velhos, e desde que não houvessem marinheiros dos barcos estrangeiros estacionados no Tejo…, caso contrário estava-me vedada a entrada.
Carregavam também as mercadorias, mais três camaradas: O Francisco, o Salgado e o Júlio. O Júlio Gomes era “doido” por toiros (mais tarde toureiro de renome internacional), fazendo sempre quando podia, (no armazém do nº 23, nas horas do descanso para o almoço) treino com o capote e muleta, que se desviava, elegantemente, dos cornos de uma vaca,(que um de nós pegava), quando investidos na sua direcção, sendo sempre animado, por fortes aplausos, pelos colegas trabalhadores de armazém, com destaque para o Sr. (s) Leite e Rio, chefe e subchefe do entreposto, que eram ferrenhos aficionados pela arte do toureio.
Como recordo, também, muitas outras brincadeiras, como foi o caso da gritaria e correria das mulheres das secções do cálculo e da contabilidade, por causa de uma ratazana, a quem o Fernando prendeu à cauda uma lata de um quarto de tinta vazia, com a inscrição de…“mais uma entrega Robbialac”… slogan à época muito em voga e inscrito nas viaturas da distribuição.
O meu trabalho era muito “duro”. Consistia em carregar latas de tinta, dos mais variados tamanhos e pesos, dos armazéns para o primeiro andar. Por vezes lá vinham umas gorjetas, quando as entregas dos produtos comprados eram feitas nos carros dos clientes, dando para pagar um ou outro maço de cigarros (para consumo semanal), com 10 unidades e de marca “Três Vintes”, e ainda para as “bicas” que tomava após os almoços, num dos bares de alterne, mas sempre acompanhado por colegas de trabalho mais velhos, e desde que não houvessem marinheiros dos barcos estrangeiros estacionados no Tejo…, caso contrário estava-me vedada a entrada.
Carregavam também as mercadorias, mais três camaradas: O Francisco, o Salgado e o Júlio. O Júlio Gomes era “doido” por toiros (mais tarde toureiro de renome internacional), fazendo sempre quando podia, (no armazém do nº 23, nas horas do descanso para o almoço) treino com o capote e muleta, que se desviava, elegantemente, dos cornos de uma vaca,(que um de nós pegava), quando investidos na sua direcção, sendo sempre animado, por fortes aplausos, pelos colegas trabalhadores de armazém, com destaque para o Sr. (s) Leite e Rio, chefe e subchefe do entreposto, que eram ferrenhos aficionados pela arte do toureio.
Como recordo, também, muitas outras brincadeiras, como foi o caso da gritaria e correria das mulheres das secções do cálculo e da contabilidade, por causa de uma ratazana, a quem o Fernando prendeu à cauda uma lata de um quarto de tinta vazia, com a inscrição de…“mais uma entrega Robbialac”… slogan à época muito em voga e inscrito nas viaturas da distribuição.