segunda-feira, 25 de agosto de 2008

OS OVOS DAS CÓCÓS...UMA DELICIA QUANDO FRITOS

Embora natural da freguesia de Benfica, toda a minha infância e adolescência, foi passada na freguesia de São Domingos de Benfica, tendo, por perto o Jardim Zoológico de Lisboa, onde, sobretudo nas tardes dos Domingos, era palco no parque infantil, a organização de muitas brincadeiras destinadas aos miúdos em idade escolar.

Recordo que das muitas diversões que os animadores culturais faziam (apanha da bolacha em altura, salto em altura, corrida de fundo aos 50 metros, entre outras) havia uma, onde dificilmente os outros miúdos me ganhavam. Eram as das corridas aos pulos quando enfiado num saco de batatas, cujo prémio, pela participação, dava direito a uma entrada grátis no domingo seguinte. Certa vez, uma dessas corridas foi tão garridamente disputada, que não me apercebendo da corda que ladeava o perímetro, pela garganta sou violentamente sacudido, ficando, por largos minutos, inanimado.

Pela proximidade do Jardim Zoológico ao Bairro das Furnas, quando o vento soprava vindo do norte, já pelo silencio da noite, podia-se ouvir, no bairro, o rugir dos leões, o canto dos pavões, a berraria dos macacos e de outros “habitantes”, que eu privilegiava arreliar, enquanto não começavam as brincadeiras, nessas tardes dos domingos.

Recordo, haver junto à vedação do exterior, dentro do perímetro reservado à pequenada, na frente de uma carreira da plantação das canas de bambu, um conjunto pequenas casinhas, que davam para entrarmos pelas portas, sairmos pelas janelas, brincar às escondidas, etc. onde, despreocupados e alheios a tudo isto, pastavam pequenos galináceos – os “cocós” – cujas fêmeas punham os ovos, em recipientes estratégicos, colocados pelos funcionários do jardim, para que a pequenada não os esmigalhassem em resultado das suas brincadeiras.

Eu, também uma vez tive com eles, com os ovos, muito cuidado e, na hora da partida. Colocados sete ou oito dentro da camisa, lá fui eu disfarçadamente para casa na esperança de os comer fritos, não sem antes levar dois estalos da Georgina, minha mãe, pelo acto praticado. Contudo, não deixou de os fritar. E como soberam bem os ovos das cocós do Jardim Zoológico de Lisboa.

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