sábado, 24 de maio de 2008

EM MIUDO TAMBÉM SALTEI AO LAGO


Miúdo, com oito ou nove anos de idade, tinha por habito brincar, com outros também pela minha idade, na Mata de S. Domingos de Benfica perto dos Pupilos do Exercito a três ou quatro quilómetros do meu Bairro das Furnas. A mata era bem bonita, com uma bica com duas saídas de água na rua central onde os passantes enchiam garrafões, as ruas era empedradas e os bancos feitos de árvores. Como eram bonitos os pássaros, mas a fisga, essa, escondida no bolso não fossem os guardas florestais, atentos, confiscarem tão “vil arma” como os vi fazer a outros. Nos lagos (dois) os patos abundavam, espalhados em considerável número os pavões, que inocentemente atrás deles andava, na esperança de adquirir uma ou outra pena que caísse.
Mas o porquê da memória? A escultura que apresento cujo autor desconheço, mas rendo a minha humilde homenagem, fez-me lembrar exactamente o que fiz quando miúdo. Saltar para o lago. Só que o fiz quando estava vazio para lavagem, a ânsia de ver os peixes que se acumulavam numa escapatória bem no centro do mesmo, deu como resultado torcer o pé esquerdo, concertado no Endireita da Esperança, na rua do mesmo nome em Santos, em plena Madragoa. Ainda hoje, quando o tempo está mais frio o dito cujo me dói.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

domingo, 18 de maio de 2008

O 19º ALMOÇO COM O PESSOAL DA TROPA


Ontem, 17 de Maio de 2008, fui com a minha mulher e sogra ao 19º Almoço Convívio da rapaziada que comigo esteve em Tite na Guiné – Bissau nos anos de 1967/69.

É a terceira vez que assisto a estes almoços que são sempre palco de recordações. A linda baía de S. Martinho do Porto estava à minha esquerda, há anos que não a via. Há mesmo muitos anos. O mar, apesar de uma ligeira ventania estava calmo, o sol esse… ia e vinha.

O ponto de encontro foi junto ao Parque de Campismo. A “malta” por volta das 11 horas começou a chegar: uns isolados, mas a maior parte vêm acompanhados das suas esposas, filhos, filhas e alguns, vaidosos claro está, também trazem os netos.

São habituais os gestos com os cumprimentos daqueles que todos os anos fazem questão em marcar presença neste tipo de convívio. Diferentes são os cumprimentos daqueles que há largos anos, por esta ou aquela razão, não tiveram a oportunidade de se encontrarem, não se fazem esperar os fortes abraços, vive-se mais alegria, os olhos lacrimejantes, espalha-se ternura nas conversas que se sucedem.

São 12,30 horas, o organizador deste evento, dá ordem de partida à caravana automóvel ali presente. Salir do Porto é o rumo, espera-nos o almoço no restaurante Nascer do Sol cujos lugares nas mesas têm que ser aumentados, o número das presenças bateu o recorde. Nunca um almoço convívio teve tantos participantes com este, disse-me quem sabe.

Todos se acomodam, nas mesas os aperitivos, vinhos, sumos e cerveja já estão na mesa. Ouve-se aqui e ali o barulho característico das rolhas a serem sacadas das garrafas.

A minha esposa e sogra estão satisfeitas, conversam com as esposas dos meus camaradas José Santos e do Amador. O Contige, antigo padeiro, sentado ao lado da Maria Emília, minha esposa, conversam animadamente, certamente histórias passadas comigo e com ele em Tite.

Pela sobremesa, obviamente, os discursos não faltaram, houve quem cantasse o fado, que declamasse e assobiasse. Cantou-se os parabéns a alguém que fez anos. As palmas, essas, foram muitas. Mas as recordações dos anos 20 em Tite e os “retratos” das suas vidas depois, essas não cessaram todo o momento…….

São cerca das 17 horas, na partida repetem-se os sorrisos e os abraços com a mesma força da chegada, com a promessa que em Ovar – ano do 40º aniversário da chegada de Tite – os abraços serão mais fortes. Se tiver saúde lá estou outra vez. Tenho que abraçar novamente aquela malta. Amigos na guerra, amigos para sempre.

domingo, 4 de maio de 2008

O 39º ANIVERSÁRIO DO NOSSO CASAMENTO


Parabéns á minha mulher pelo dia de hoje e por todos os que comigo tem partilhado ao longo dos anos

Faz hoje 39 anos que somos casados. Casei com a Maria Emília, cerca das 10 horas, numa pequena igreja na Aldeia do Pombalinho, terra natal dos seus pais.

Saí da casa da Júlia, tia da noiva, e como manda a tradição fui espera-la à sua porta mais abaixo, na mesma rua, seguindo a prometida à minha frente com os seus convidados, eu com os meus um pouco mais atrás, caso contrário a noiva não sairia da casa dos seus progenitores.

È verdade que nesse dia, 4 de Maio de 1969, as coisas estiveram um pouco complicadas. Dois dos meus convidados estavam na estação do caminho-de-ferro, a cerca de 20 quilómetros da aldeia, mais propriamente em Santarém, sem possibilidades de transporte.

Não tendo ninguém que os fosse buscar de pronto me meti ao caminho no alcance dos dois meus grandes amigos, ficando todos os convidados, os meus e os dela, na expectativa tal não foi a demora.

Ao chegar, deixo o fotógrafo sem o trabalho de me fotografar e depressa vou ao alcance da minha amada, fula pois então. Na verdade a saída da casa da tia Júlia talvez tenha demorado um pouco mais de meia hora do que estava programado.

Quem não gostou nada da brincadeira foi o velho padre, que em “brasa” mandou recado que “ou aparecíamos no espaço de cinco minutos ou não havia casamento para ninguém”, alegando o compromisso com outra cerimónia na vila de Azinhaga, terra natal do José Saramago, a 8 quilómetros, lá para os lados da Golegã.

O que veio a seguir é que foi giro: o desfile nupcial a correr para a igreja, a noiva levou a maior parte do tempo com vestido ligeiramente levantado para não tropeçar na correria, a minha irmã por vezes a segurar a capelina para que não caísse da cabeça, os convidados mais velhos a deitar os “bofes” pela boca fora, o meu cunhado, nervoso colocou a fita da máquina de filmar ao contrário não havendo filme da cerimónia para ninguém, calmo ia eu, de mãos nos bolsos e de braço dado com a minha mãe. O tempo dado pelo padre para prolongamento foi cumprido, a cerimónia lá se realizou e os sinos repenicaram.

Como vim a saber que o outro casamento que o velho padre tinha previsto para realizar só estava marcado para a tarde desse dia, para castigo não o convidei para a boda que teve bailarico e a presença cerca de 120 pessoas.

Três anos mais tarde nasce, a 23 de Junho de 1972, a Sofia, a nossa primeira filha e oito anos mais tarde a 24 de Junho, nasce a segunda filha a Catarina.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

4 DE MAIO - DIA DA MÃE

Não preciso da noite
Para ver a estrela em ti
A tua imagem pura
Da mulher que me gerou
E cuidou desafiando a
Própria Vida.
Beijo a tua face
Como todas as noites o fizeste

Até amanhã querida mãe.

Felizes daqueles que podem abraçar
ou conservar saudades da sua Mãe